Pagani Zuuummm!

17 08 2010

O novo recordista de Nürburgring, de novo um italiano...

O reinado da Ferrari 599XX em Nürburgring durou pouco, o rival igulamente caro, exclusivo, e feio Pagani Zonda R tomou-lhe o posto da mítica pista alemã. Está declarada a guerra dos supercarros! Quando é que o Bugatti Veyron deixará de ser um artefato de grã-finos e entrará na pista para provar que realmente é o automóvel mais veloz do mundo? Bom…

A vantagem foi de um pouco mais de meio segundo, então pilotos da 599XX podem perfeitamente dar o troco. O Pagani Zonda R conta com um motor  de 6 litros, V12 de origem Mercedes AMG rendendo 750cv à 8000 rpm e custa nada menos que US$ 1,2 milhão. Pelo menos este supercarro consegue chamar mais a atenção pela performance documentada em pista, que pelo seu preço pornográfico…

Esse não gira em pedestal, corre em pista...

Agora Nürburgring Ficou Assim:

  • 6:47.50 Pagani Zonda R (750cv)
  • 6:58:16 Ferrari 599XX (700cv)
  • 7:22:09 BMW E46 CSL Loaded (550cv)
  • 7:22:10 Dodge Viper ACR (600cv)
  • 7:26:40 Chevrolet Corvette ZR1 (638cv)

Emerson Martinez





IKA Renault Torino 380W 1973

6 08 2010

IKA Renault Torino 380W: O melhor esportivo argentino de todos os tempos...

A legenda acima não é um exagero, o Torino 380W produzido pela Joint-Venture IKA- Renault, é mais que um esportivo clássico, é um orgulho nacional argentino. Tornou-se um carro cult ainda em produção, adquirido por alguns líderes mundiais quase venceu as 24 horas de Nurburgring em 1969, foi tri-campeão da TC (Turismo Carretera), enfim ao Torino sobram qualidade e adjetivos. É um automóvel de categoria mundial, produzido sim senhor, na América Latina.

A IKA Renault nasceu em 1955 de uma Joint-Venture em cima de outra Joint-Venture, entre a Renault-Willys e a Kaiser Motors americana, também conhecida posteriormente por American Motors. O Torino argentino é irmão gêmeo, separado “ao nascer”, do AMC Rambler Rogue de 1964. O irmão portenho porém, ganharia traços italianos do estúdio Pininfarina de um projeto que originalmente pertencia ao designer Richard A. Teague.

AMC Rambler Rogue, o irmão 'musculoso' do norte e...

...'su hermano' argentino, IKA Renault Torino com uma pitada italiana e francesa...

Em meados de 1966, o Torino iniciava sua produção na Argentina, e já com o título não reconhecido de esportivo mais veloz da América do Sul. Na versão 380W atingia já os 200km/h, e acelerando até os 100km/h em 10 segundos. Desempenho bem superior aos do Simca Emisul e do JK2150 dois dos nacionais mais velozes desta mesma época. Mas dentro de casa o Torino já tinha rivais à altura; o Ford Falcon e o Chevrolet Chevy 250 (o Nova argentino) ambos também com origem norte-americana, mas com modificações e adaptações do mercado argentino.

A versão 380W tinha um motor de 6 cilindros e 3,8 litros, equipado com três carburadores duplos Weber 45 (dai o codinome 380W),  que rendiam no auge da forma deste esportivo, em 1973,  218cv de potência. Igualando-se ao Dodge GTX que era um pouco maior e mais pesado, e bem mais potente que o Ford Falcon SP que rendia meros 166cv.

Esportivo argentino com um pouco de DNA Muscle Car.

Três famintas Weber 45 duplas alimentam o motor.

Misión Argentina 1969

Até 1969 o Torino não vendia lá essas coisas, mas estamos falando de um tempo de montadoras corajosas, que não temiam colocar seu produto à prova contra a concorrência ou produtos internacionais para mostrar ao público consumidor sua qualidade. Não, não senhor, não foi criada uma categoria monomarca chata tipo “Copa Torino”.

O que a IKA Renault fez foi uma equipe de corridas com 3 Torinos 380W , presidida por ninguém menos que Juan Manuel Fangio, tendo como cordenadores Tibor Teleki e Carlos Lobosco e chefe de equipe em pista Orestes Berta o mesmo desenvolvedor do Maverick Hollywood da Divisão 3 em 1974.

Os três Torinos foram disputar as 24 horas de Nurburgring, disputando curva a curva do complexo circuito com o melhores carros médios produzidos na Europa, ou os potentes Pony Cars americanos V8 de pegada ‘Muscle’ como Mustangs e Camaros por exemplo.

O 380W 1969 de Nurburgring: Autor de uma façanha que parou um país...

O vencedor 'Moral' ficou por um escapamento rompido e a rigidez do regulamento da glória total.

Os Torinos de Nurburgring eram quase Stock, apenas com gaiola interna, e outras modificações, como saliências do capô com a curiosa função de ricochetear detritos e insetos pra bem longe do pára-brisas. Já o painel era o mesmo do carro de rua, com todos os mostradores e o motor um pouco envenenado entregava 250cv.

A prova foi transmitida para toda a Argentina via Rádio e TV, com grandes expectativas, um verdadeiro clima de Copa do Mundo e de grande exaltação nacionalista. Turnos em fábricas e escritórios interrompidos enquanto os bravos Torinos argentinos deixavam americanos e europeus pequenos em seus retrovisores.

Lá pelas tantas, o Torino dos pilotos “Larry”, Eduardo Coppello, Oscar Mauricio Franco liderava a prova com folga na sua categoria, e estavam em quarto no geral, até que um escapamento se soltou. A parada nos boxes para reparar o dano, mais a rigidez do regulamento que puniria o carro em menos 5 voltas pelo dano sofrido, roubaram do Torino a glória máxima, um feito que seria inédito para o esporte à motor da Argentina e do continente.

Até hoje no entanto o IKA Renault Torino detêm o recorde de quantidade voltas dadas em Nurburgring sem nenhuma quebra de motor. Esse carro se encontra hoje no Museu dedicado à Juan Manuel Fangio.

Veja aqui neste video mais detalhes deste fantástico carro:

O Torino ainda seria tri-campeão da categoria TC, a prova de turismo argentino, em 1967, 1970 e 1971. O esportivo também conquistou outras tantas provas em outras categorias, mas será sempre lembrado pelo seu feito na Alemanha.

O Torino “Civil”

A revista argentina Corsa testou o modelo 380W  modelo 1973,  o qual atingiu a máxima de 203km/h com seus quase 220cv. O consumo como é de se esperar, muito alto. O Torino consumia pouco mais de 4km/l de combustível na cidade, e fazia 7 km/l de média. Mas os bolsos dos argentinos daqueles tempos eram mais abonados e prontos para bancar tamanha sede.

Mais abonados ainda eram alguns donos ilustres do Torino tais como: Fidel Castro, Leonid Brezhnev, e Muammar al-Gaddafi. A fama do Torino já não cabia dentro das fronteiras portenhas, porém os brasileiros, sempre isolados do mundo hispânico e muito atentos ao planeta anglo-saxão e europeu ainda hoje desconhecem a história e as qualidades deste carro.

O carrão foi sonho de consumo até do socialista Fidel Castro.

Se você ver um desses na Líbia, com certeza é o do Muammar Gaddafi

218cv (SAE) garantem ao Torino mais de 200km/h de máxima.

Nada de plástico, acabamento robusto digno dos anos 70.

Los Hinchas Boludos

Entre a fase IKA até a compra da mesma pela Renault foram 15 anos de produção. Quando foi descontinuado em 1982, o Torino já estava envelhecido em estilo, mas mesmo nas versões mais mansas ostentava ainda um ótimo desempenho.

Porém nos anos 80 não havia lugar para carros grandes, beberrões e de tração traseira. Se nem os americanos aguentavam mais sustentá-los quem dirá os argentinos ou mesmo os brasileiros, também com seus modelos equivalentes. Assim o Torino saiu das linhas de montagem para a história. 

O Torino hoje é respeitado por quase todos os argentinos, digo quase porque lá, como aqui também, se cultiva a grande imbecilidade de rivalizar clássicos de maneira negativa. Como torcedores organizados de futebol peçonhentos e acéfalos  os “chevrolistas”, “fordistas” e “dodgistas”  rejeitam o carro e ofendem seus proprietários, como se isso de alguma forma ajudasse a perservar os carros preferidos destes.

Para o bem do automobilismo trata-se de uma minoria burra que em nada podem manchar a importância deste e de outros modelos. Eu por minha vez não discrimino nenhum clássico, gosto de todos.

Último Torino em 1982: já envelhecido o único item moderno é o encosto de cabeça vazado.

Videos: Não economizei nos videos, alguns de proprietários de Torino. Um Torino de arrancada com 1000cv de potência, e uma propaganda de TV do modelo TSX. Vaya cochazo hombre!

Fabricante: IKA Renault S.A – Santa Isabel, Província de Córdoba – Argentina.

  • Motor: 3,8 litros, 6 clilindros em linha
  • Potência: 218cv @ 4300rpm
  • Torque: 35mkgf @ 2000rpm
  • Peso: 1385kg
  • Comprimento:  4,73m
  • Largura: 1,80m
  • Altura: 1,41m
  • 0-100 Km/h:  10.30s
  • 0-120 Km/h: 14.50s
  • 0-140 Km/h:  18.53s
  • 0-1000 Metros:  31.20s
  • Velocidade Máxima: 203km/h

Fonte: Corsa Nº 342, Novembro de 1972 e site www.testdelayer.com.ar

Texto: Emerson Martinez





Ciao Viper…

12 05 2010

599XX: "Piò veloce"

Ciao mesmo…além da aposentadoria do Dodge Viper, não muito tempo depois da aquisição da Chrysler pelo Grupo Fiat, a Ferrari pertencente ao mesmo grupo (e de mesma nacionalidade) bateu em Nürburgring o recorde que antes era do Dodge Viper ACR. Será um recado implícito dos europeus? Do tipo: “Somente nós podemos construir Supercarros?”

Digo isso porque sempre percebi em programas de TV e Top Gears da vida, que além daqueles velhos clichês contra carros americanos sobre seu suposto pior acabamento, pior dinâmica em curvas, etc. Eles sempre também se mostraram um tanto incomodados pela habilidade americana em oferecer carros muito potentes e velozes por um baixo preço.

Ao que interessa, a Ferrari 599XX cumpriu, os mais de 20km de Nürburgring, em 6 minutos e 58 segundos, foi a primeira vez que a barreira de 7 minutos foi quebrada por um carro de produção. O Viper ACR ficou agora com o segundo posto e não podemos dizer que não foi por muito, seu tempo era de 7 minutos e 22 segundos.

Uma das razões, claro, é a diferença de potência. O carro de Maranello tem um V12, 6 litros e 700cv, enquanto que o de Detroit possui um V10, 8.4 litros e 600cv. Convenhamos, 100cv de potência de diferença contam muito, ainda que algum tifosi vá argumentar que suas macchinas são muito superiores…

Diferenças entre a 599XX e o modelo "comum"

Tudo uma péssima notícia para mim, fã de Muscle Cars e dos modelos Mopar (e nada fã de Ferraris…), comemorei muito quando em 1992 a Dodge lançou o Viper em 1992, terreno que nos EUA a GM reinava sozinha com seu Corvette. Porém hoje muita tristeza, pois o “Dodjão” de 10 cilindros se aposenta e ainda destronado da mítica pista alemã.

OS VIDEOS

DODGE VIPER ACR:

ACR: 7 minutos e 22 segundos.

FERRARI 599XX:

599XX: 6 minutos e 58 segundos.

-Emerson Martinez